Cláudia Rodrigues, a Marinete do seriado A DIARISTA da Rede Globo, está de volta à TV depois de um período afastada da telinha para tratamento de saúde. Cheia de gás ela retorna também aos palcos estreando nacionalmente a comédia MUITO VIVA nos palcos do Teatro Jorge Amado.
A curtíssima temporada vai de 17 a 19 de maio - sexta e sábado às 20h e domingo às 19h.
Muito Viva é uma
comédia sobre as dificuldades que
uma faxineira tem em sobreviver num mundo repleto de situações inusitadas, do
qual se diz vítima. Litinha, interpretada por Claudia, revela ao público suas
intimidades e também a de outros personagens que tomam forma diante do público.
Com humor caustico, mas repleto de compaixão, o espetáculo é o retrato de
mulheres oprimidas que lutam diariamente por independência.
Com direção de Ernesto
Piccolo e texto de Rogério Blat, Muita Viva é um espetáculo de qualidade, que
emociona e surpreende, trazendo uma reflexão divertida sobre as frustrações,
vitórias e desejos comuns a todos os seres humanos.
Litinha é uma
faxineira que luta para sobreviver, pois é mãe de vários moleques e, apesar de
ter marido, sustenta integralmente a casa. O seu principal desafio é sobreviver
aos filhos e marido insuportáveis, patrões perversos e ao chefe do trafico da
comunidade que a jurou de morte. Todo dia corre um boato que ela morreu, mas
ela reaparece muito viva, desafiando as más línguas. Muitos torcem por esse
acontecimento, pois Litinha incomoda, se intromete, fala verdades e expõe ao
ridículo com a sua ingenuidade quase obscena a hipocrisia alheia.
Enquanto faz faxina no
teatro, conta como é sua vida. Apanha desde pequena e a sequela é uma dor de
cabeça crônica, que a deixa fora de si. Sua vida familiar é um pesadelo e sua
relação com os empregadores é bastante tumultuada. Seu currículo é extenso
porque quase nunca fica mais de um dia num emprego. Não entende porque só
trabalha pra gente complicada. A cada 15 dias vai à casa de uns músicos que
moram amontoados num apartamento pequeno, cheio de fumaça e com a geladeira mais
vazia do que a sua. Noutro dia limpa o consultório de um
psicanalista judeu. Da última vez, ele revistou sua bolsa e ficou olhando com
cara de merda quando achou o relógio que ela havia guardado “sem querer”. Pior:
ele também é assim com as clientes: mudo. E ganha por hora o que ela ganha por
dia! Litinha diz que se diverte ouvindo atrás da porta as histórias que as
madames contam. Cada babado! Inclusive
já trabalhou na casa de muitas clientes do “vampiro da mente” – que é como ela
chama o analista judeu - e pode garantir: tomam remédio tarja preta, daqueles
que tem que registrar o nome na polícia e vem mais lacrado do que veneno de
rato. Confessa que já tomou escondido e essa foi a causa de uma de suas escandalosas
demissões.
Em busca constante de
uma faxina extra para abater a dívida do crediário do Natal de 2009, sempre
acaba na casa de uma bichinha. Diz que é praga e conclui: rapaz bonito que mora
sozinho é sempre viado. Ou como eles preferem ser chamados: designer, hair
stylist, somaliê, traineé! E o que seria uma faxina moleza, vira a uma tortura.
Toda bicha tem mania de limpeza, enxerga sujeira que nem existe. Diz que essa desgraça
também se abateu sobre a sua família. No início pensava que seu filho do meio
estava aprendendo a lutar MMA, mas como sempre ficava por baixo, pelado, gemendo
e sorrindo, logo desconfiou. Não deu outra: o garoto foi para a Alemanha e
voltou operado, com peitos melhores que os seus.
De quinta a domingo diz
que não sai do teatro. Adora! É um mundo bizarro, com histórias de fantasmas de
atrizes que não querem abandonar o palco, artistas inescrupulosos,
extravagantes e problemáticos. Nesse ambiente de ego, rivalidade, inveja e ódio
se sente mais normalzinha, até superior. Só implica com o público
desembrulhando bala, com convidado que chega atrasado e atrapalha a peça e com
crítico teatral mal humorado que fala no celular depois do terceiro sinal. Já
quis pegar uns três na porrada.
Osso duro de roer, cai
e levanta cada vez mais forte, vence pelo cansaço e tem esperança no futuro: está
no fundo do poço, portanto só pode melhorar! Sabe que leva muita alegria para
os outros: quando conta sua vida, todo mundo ri! Não tem noção do perigo, mas
tem um batalhão de anjos da guarda. Litinha é vaso ruim e não quebra. Ninguém
consegue passá-la pra trás e contrariando todas as estatísticas, continua Muito
Viva!
FICHA TÉCNICA:
Elenco: Claudia Rodrigues e
Ítalo Guerra
Direção: Ernesto
Piccolo
Texto: Rogério Blat
Ingressos à venda por internet no site www.compreingressos.com ou na bilheteria do teatro Jorge Amado através de pagamento em cartão de crédito, débito ou em espécie.
Fotos: Guga Melgar